EDUCAÇÃO DE QUALIDADE: UMA PRÁTICA QUE SE INICIA NA
HORA-AULA/ATIVIDADE
“Em uma Escola
de qualidade, nem o Diretor, nem o Coordenador Pedagógico, nem o Professor é
tão auto suficiente que não necessite aprender para ensinar.”
(Profª Maristela
dos Santos Ferreira Stefanello)
Uma educação de
qualidade está pautada no processo contínuo de aprendizagem, tanto para o
professor, quanto para toda a equipe pedagógica, objetivando um olhar
específico para o ensino dos conteúdos e estratégias de ensino que contemplem todo
o público-alvo da sala de aula, o que requer do professor, uma atenção especial
ao planejamento das aulas e preparação de atividades significativas que atendam
as reais necessidades da sala de aula.
Para tanto, torna-se
imprescindível que a utilização da hora-aula/atividade esteja centralizada nas
especificidades da sala de aula, sendo esta, um momento de reflexão com o
Coordenador Pedagógico e/ou troca de experiências com os demais colegas,
utilizando-a como forma de planejar objetivando um ensino significativo com
qualidade de aprendizagem, valorizando e não menosprezando as dificuldades dos
estudantes, abordando metodologias que valorizem a recuperação paralela, como
prevê o artigo 13 § IV da LDB 9394/96: “Os docentes
incumbir-se-ão de:
IV - estabelecer estratégias de recuperação para
os alunos de menor rendimento”.
Entretanto,
deve-se objetivar nas horas-aula/atividades, preparação de aulas significativas,
que prendam a atenção dos estudantes e que sejam capazes de interagir com todos
os alunos, prevendo ações também significativas e produtivas com capacidade de
prever ações indisciplinares que casualmente possam ocorrer em sala de aula,
cabendo ao professor intervir e conter estas ações causadoras da indisciplina
na sala de aula.
Vale ressaltar que a ampliação
da hora-atividade do professor e diminuição da carga horária em sala de aula,
foi um objetivo alcançado pela classe dos professores, com o intuito de
melhorar a qualidade de ensino, mas infelizmente, em algumas ocasiões as 07
horas-aula/atividade não é realizada de forma proveitosa e em prol do processo
de ensino e aprendizagem dos estudantes e, para que a hora-aula/atividade
ocorra significativamente, torna-se imprescindível utilizá-la como:
Momento
destinado para a troca de experiência com o Coordenador Pedagógico e demais
professores;
Momento
de reflexão sobre a metodologia de ensino, utilizada para que ocorra a
aprendizagem dos estudantes;
Momento
de reflexão sobre avaliação: forma de avaliar o estudante em sala de aula;
Momento
de abordar assuntos exclusivamente pedagógicos;
Momento
de preparar atividades que atendam as necessidades dos estudantes, contemplando
a individualidade de cada um;
Momento
de preparar atividades que estimulem atividades interdisciplinares;
Momento
de analisar as causas de ocorrências indisciplinares em sala de aula,
refletindo sobre a prática pedagógica, junto ao coordenador pedagógico;
Momento
de planejamento e avaliação da ação pedagógica;
Momento
de planejar a execução dos projetos da escola, junto ao coordenador pedagógico;
Momento
de analisar: “O que estou ensinando, para quem estou ensinando, por que estou
ensinando e o que os estudantes estão aprendendo?”
Contudo,
o Coordenador Pedagógico deve estar atento ao cumprimento da
hora-aula/atividade, objetivando auxiliar o professor em suas dificuldades, e
para que isto ocorra com precisão, é imprescindível que o Coordenador
Pedagógico:
Auxilie,
com sugestões de metodologias pedagógicas, os professores cujo componentes
Curriculares, sejam considerados fatores críticos para a Unidade Escolar;
Registre
o acompanhamento pedagógico realizado durante a hora-aula/atividade;
Utilize
o momento da hora-aula/atividade para avaliar as ações metodológicas utilizadas
em cada Componente Curricular e objetive junto ao professor, novas ações para
atender as necessidades de cada Ano/turma, respeitando as individualidades da
sala de aula e suas especificidades;
Organize
e acompanhe a execução dos projetos a serem desenvolvidos na Escola, de forma
que não sejam acumuladas ações ao final do bimestre.
Porém,
uma Educação de Qualidade, além atender os requisitos acima citados, deve
também ser atendida por professores que se engajem fielmente no processo de
ensino e aprendizagem, que acreditem na educação e que tenham escolhido a
profissão de professor por amor; que acredite em si mesmo e nos seus alunos; e
por sentir-se capaz de transformar a sociedade em que seu alunado está
inserido, sendo também, capaz de:
Desenvolver
práticas pedagógicas que sejam capazes de transformar e aprimorar o pensamento
e a cultura do estudante;
Ter
clareza do que irá ensinar e para quem irá ensinar;
Objetivar
metas de aprendizagem aos diferentes públicos de estudantes;
Ter
pleno domínio do conteúdo a ser aplicado e prepará-lo para atender todos os
estudantes da sala de aula, em diferentes situações;
Mão
transferir “a situação problema da aprendizagem” à outros professores ou à
professores anteriores;
Não
utilizar o critério de “dar nota” para atingir a meta do índice de desempenho e
sim, oportunizar situações de ensino e aprendizagem para que haja a compreensão
do estudante no conteúdo aplicado;
Ser
capaz de estimular o estudante a “gostar” do seu Componente Curricular;
Não
desvalorizar o seu colega de trabalho, mas ser capaz de realizar a troca de
experiências em diversas situações;
Ser
capaz de interagir com as trocas de experiências e aprimorar seus conhecimentos
pedagógicos, refletindo sobre inovações que valorizem o processo de ensino e
aprendizagem;
Não
desvalorizar o conhecimento prévio do aluno e sempre buscar metodologias para
atender as necessidades individuais dos estudantes;
Manter
os registros nos diários de classe, diariamente, para que possa acompanhar a
real frequência do seu aluno.
Entretanto,
cabe ao Gestor Escolar, ter um olhar clínico para as diferentes situações que
cotidianamente ocorrem na escola, estando atento aos progressos e falhas do
processo pedagógico, cabendo ao diretor, além da análise e deferimento de toda
a documentação escolar, realizar procedimentos administrativos e organizar o funcionamento
da Escola, analisar o processo de ensino e aprendizagem, sendo capaz de:
Elaborar
os temas de discussões nas reuniões gerais, em conformidade com o que foi
analisado;
Planejar
dicas e orientações para o acompanhamento docente;
Avaliar
o trabalho docente (professor e coordenador pedagógico);
Acompanhar
o trabalho do coordenador pedagógico, junto ao professor.
Assim,
se todos os educadores envolvidos no processo pedagógico (Professor,
Coordenador Pedagógico e Diretor), objetivarem suas ações na qualidade de
ensino e trabalharem de forma coletiva, onde cada um desempenhe sua função com
excelência, somente assim haverá uma educação transformadora e somente assim,
haverá a aprendizagem. Pensem nisso!