A RELAÇÃO ENTRE O APROVEITAMENTO ESCOLAR E A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO DOS ALUNOS.
A escola deve ser um espaço destinado á formação do cidadão crítico e consciente dos direitos e deveres de sua cidadania. Entretanto, nem sempre ou até mesmo, muito pouco, pode-se presenciar este espaço sendo vivenciado na íntegra, uma vez que nos deparamos com inúmeras escolas com baixo índice de ensino e aprendizagem, não só com alunos desmotivados, mas também, com professores desanimados e desestimulados a elaborarem novas perspectivas de ensino aos seus alunos, alegando indisciplina e falta de interesse na sala de aula.
Contudo, a maioria das escolas tornaram-se espaços de meros telespectadores de um ensino defasado e desinteressante, já que nesta maioria, as aulas são preparadas em desacordo com a realidade dos alunos, da comunidade escolar e do contexto social a qual está inserida, isto é, quando são preparadas.
Pois bem, vale ressaltar que a afirmação acima não se aplica à todas as escolas brasileiras, mas sim, à uma boa parte delas, uma vez que vivenciamos reportagens diariamente de um contexto escolar, despreparado e desmotivador, basta assistirmos os jornais na televisão que veremos o quanto, a maioria das escolas estão carentes de organização e compromisso da equipe pedagógica e da comunidade escolar. Mas nesta linha de pensamento, de quem é a culpa?
Afirmo que neste contexto, não há culpados, há sim, alienação de fatos por parte de muitos professores, não todos, mas de alguns professores que não se inserem no contexto escolar e agem descompromissados com a realidade escolar, culpando os diretores, os pais dos alunos e os próprios alunos pelo fracasso escolar, indisciplina, falta de estímulo e notas abaixo da média, mas ao mesmo tempo continua ministrando suas aulas da mesma maneira, sem se preocupar com a realidade de sua turma, sem até mesmo a querer conhecer o contexto social em que vive seu aluno e o que é pior, não interfere em momentos de indisciplina em sua aula, deixando o tumulto dos alunos prevalecerem aos conteúdos programáticos que deveriam estar sendo ministrados em sala de aula. E assim,
“a escola pública, que deveria formar o cidadão, assegurando ao estudante o acesso e a apropriação do conhecimento sistematizado, mediante a instauração de um ambiente propício às aprendizagens significativas e às práticas de convivência democrática.” (Conselhos Escolares, caderno 2 virtual, pág. 11)
Esta escola pública torna-se alvo fácil de baixo nível de ensino e de aprendizagem, com pouca ou até mesmo nenhuma autonomia do processo de ensino-aprendizagem, gerando desta forma, uma péssima qualidade acadêmica.
Entretanto, em conformidade com o Caderno 2 virtual dos Conselhos Escolares:
“A escola precisa se organizar de forma adequada com o propósito de construir um espaço favorável a plena formação do estudante. Alguns estudos têm mostrado que vários e importantes fatores podem fazer a diferença.” (Conselhos Escolares, caderno 2 virtual, pág. 13)
Contudo, a educação deve ser priorizada pelos educadores, na íntegra, não se pode apenas problematizar a educação, cruzar os braços e esquecer de que a educação acadêmica ocorre no ambiente escolar e, principalmente, na sala de aula. Assim, é imprescindível que toda a equipe pedagógica se organize e que seja priorizado o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula, havendo, entretanto, um calendário escolar formulado; acompanhamento acadêmico proporcionado pela direção escolar, planejamento elaborado pelo professor de acordo com a realidade da sala de aula; intervenção direta do professor em situações que desfavoreçam a aprendizagem dos alunos; priorizar cada minuto da aula ao processo do ensino; dinamizar as aulas e estimular o aprendizado dos alunos em sala de aula proporcionando-lhes o direito e o dever de aprender, onde o professor seja capaz de ter autonomia significativa da qualidade de abordagem dos conteúdos em suas aulas.
Neste processo de ensino e aprendizagem de qualidade torna-se imprescindível a parceria com o Conselho Escolar o qual pode estabelecer critérios para buscar a participação dos pais, pois o Conselho Escolar não tem uma função única de fiscalizar a escola e sim, de haver parceria entre a escola e a comunidade. E a escola, por sua vez, deve informar os pais ou responsáveis dos alunos sobre a freqüência e notas dos alunos, bem como elaborar e executar projetos consonantes entre a teoria e a prática.
Para estabelecer uma relação entre o aproveitamento do tempo escolar e a qualidade da educação dos alunos, com a intervenção do Conselho Escolar, é imprescindível que a escola seja um ambiente educativo, onde há respeito, solidariedade e disciplina na sala de aula; uma proposta pedagógica pautada em um planejamento, autonomia dos professores e seu trabalho em sala de aula; avaliações além das meras provas escritas com respostas pré- determinadas, além dos primórdios métodos tradicionais de ensinar os alunos; uma gestão escolar onde há o compartilhamento de decisões e informações entre professores, funcionários e pais de alunos; formação e condições de trabalho dos profissionais da escolas, havendo materiais e equipamentos disponíveis aos professores e proporcionar à equipe escolar acesso aos índices de sucesso e permanência na escola.
Além dos fatores acima citados, pode-se elencar outros, que de suma importância ao aproveitamento do tempo escolar, dentre os quais cito: O papel fundamental do professor em sala de aula, o qual deve proporcionar não só o ensino, mas também a aprendizagem dos alunos; o projeto político pedagógico vinculado à projetos especiais da escola de acordo com a realidade dos alunos, pois o projeto do professor a ser desenvolvido em sala de aula deve estar consonante com os conteúdos a serem abordado e que o professor proporcione em sala de aula a participação, envolvimento e empenho dos alunos, uma vez que torna-se raro encontrar alunos com aprendizagem autônoma em sala de aula.
Diante de todo exposto acima, é possível concluir que cada escola tem sua história, suas características sociais, culturais, econômicas e realidades diferentes, o que nos coloca diante de um fato muito interessante: os professores que trabalham em mais de uma escola pública, devem rever seus métodos de aprendizagem, pois o que é plausível à uma determinada escola, nem sempre é determinante à aprendizagem de outra e, desta forma, cada segmento acima abordado deve ser levado em consideração no processo de aprender do aluno.
Entretanto, é imprescindível que a escola, professores, diretores, coordenadores e comunidade escolar, invente e reinvente seus próprios caminhos, pois a escola, segundo o vídeo Aprova Brasil1, é composta de corpo e alma, onde o corpo simboliza os equipamentos disponíveis e os objetivos almejados e a alma, por sua vez, nesta perspectiva, simboliza o compromisso e a intenção de almejar os objetivos propostos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CONSELHOS ESCOLARES. Caderno 2. Capacitação dos conselhos escolares. Disponível em http:www.virtual.ufms.br.
VÍDEO Aprova Brasil. Caderno 2. Capacitação dos conselhos escolares. Disponível em http:www.virtual.ufms.br.
Bom dia Maristela!
ResponderExcluirMuito bom teu texto! Deixei recentemente a presidência de um Conselho Escolar do qual participei durante três anos, representando o segmento dos pais e pude perceber a situação que retratas no texto entre outras. Também tenho um blog no qual divulgo outros blogs e textos de outras pessoas, além de alguns que eu mesma escrevo, todos dedicados a refletir sobre a educação. Vejo muitas escolas "matando um leão por dia", como muitas vezes dito pelos próprios profissionais que nelas atuam, sem refletir sobre como o trabalho está sendo realizado. E quanto ao Conselho Escolar, olha, temos que lutar pelo que legalmente nos é assegurado, pois parece que queremos simplesmente nos "intrometer" em assuntos que não são de nossa competência. Isso que a principal preocupação do Conselho Escolar é com a qualidade do ensino oferecido pela escola. Parabéns pelo blog! Penso que esse é um bom instrumento para divulgarmos nossas reflexões e incitarmos discussões sobre o que se passa em nossas escolas. Abraços! Isabel