O povoamento da América
Não se sabe exatamente a data do
início do povoamento da América. Acredita-se que isto teria ocorrido entre 70
mil e 20 mil anos atrás, pois em diferentes regiões do Brasil, existem sinais
de grupos humanos datados de aproximadamente 10 mil a 40 mil anos. Portanto, em
1.500 os portugueses tomaram conhecimento da existência do Brasil, que já era
habitado com cerca de 5 milhões de indígenas.
Os
primeiros habitantes que chegaram na América vieram da Ásia e atravessaram
andando o estreito de Bering. A história dos povos pré-históricos são
identificadas pelos desenhos e pinturas que deixaram nas paredes das cavernas.
Os primeiros ocupantes do
Mato Grosso do Sul
Os primeiros seres humanos a percorrerem
o atual território sul matogrossense devem ter chegado aqui há cerca de 15.000
anos. Vinham de outras regiões, seguindo o curso dos rios. Existem vestígios
dessa presença em vários municípios de nosso estado, que conta com cerca de 120
sítios arqueológicos. Os mais antigos datam de 11.000 anos, na região do rio
Sucuriú, no município de Paranaíba.
Como os povos pré históricos não tinham
escrita, um dos meios de conhecermos seu modo de vida são os desenhos e
pinturas que deixaram nas paredes das cavernas. Em nosso estado, foram
encontrados desenhos feitos nas rochas há mais de 2.000 anos em sítios
arqueológicos localizados nos municípios de Antônio João e Corumbá, entre
outros.
Outra maneira de sabermos algo sobre
esses povos são as fontes materiais, como por exemplo, ossadas de seres humanos
ou de animais e restos de utensílio domésticos. No município de Ladário foi
encontrado um esqueleto humano muito antigo, datando de cerca de 8.400 anos.
Sabe-se que esses grupos humanos
sobreviviam da caça, da pesca e da coleta do que poderia lhes servir como
alimento. Lascavam e poliam a pedra para produzir utensílios e instrumentos de
trabalho, como armas, facas, machados, moedores, ponta de flechas e lanças.
*Coleta: Atividade
característica dos povos que não conhecem a agricultura e vivem de colher
frutos e raízes oferecidos pela natureza.
Os indígenas do território sul-mato-grossense: Situação
no passado
Há
pelo menos 5 mil anos que a aprendizagem do cultivo de plantas, a domesticação
de animais e as condições de solo e clima favoreceram o desenvolvimento de
diversos grupos étnicos que ocuparam o território do atual estado de Mato
Grosso do Sul.
Grupo étnico: Grupo de pessoas que compartilha a mesma
cultura, especialmente a língua, os comportamentos sociais e as crenças.
Entre os nativos do território
sul-mato-grossense, os mais numerosos, no século XVI, eram os Guarani.
Excelentes agricultores, plantavam principalmente o milho e a mandioca, base de
sua alimentação.
Eles conheciam também o cultivo e a
tecelagem do algodão, para a confecção de redes e vestimentas. Produziam potes
de cerâmica para o armazenamento de alimentos e os utilizavam, inclusive, para
o sepultamento de seus mortos. Atualmente, os Guarani são representados pelos
Kaiowá e pelos Ñandeva.
A partir do século XVII, os colonizadores
portugueses e espanhóis intensificaram seus ataques às aldeias dos Guarani.
Eles exploraram a mão de obra indígena, tanto no trabalho agrícola como na
mineração.
Com o enfraquecimento dos Guarani, outros
povos, como os Aruak e os Guaicuru, penetraram na região sul do Pantanal. Os
Aruak são hoje representados pelos Terena, enquanto a nação Guaicuru está
reduzida atualmente a menos de mil índios Guaná ou Kadiwéu. Também estão
presentes em Mato Grosso do Sul os Ofayé-Xavante e os Guató, entre outros.
Caçadores e coletores extremamente
guerreiros, os Guaicuru dominavam as demais tribos, favorecidos pela
domesticação do cavalo, introduzido na região pelos colonos espanhóis.
Excelentes montadores, até hoje são conhecidos como “índios cavaleiros”.
Possuem também uma arte refinada, que se revela nos belos motivos coloridos
usados na decoração de seus objetos de cerâmica e nas tatuagens realizadas em
seus corpos.
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