A Educação
Inclusiva vem sendo discutida desde a década de 80/90 e se transformou em eixo
desafiador para os Programas Educacionais, pois apesar de décadas de discussão,
a sociedade ainda preconiza um paradigma de classes estudantis aceitáveis e o
PNEE não se enquadra nesta “perfeita estrutura educacional”, uma vez que um
aluno que não é PNEE apresenta um rendimento de ensino e aprendizagem um pouco
mais avançado que o aluno PNEE e, diante desta análise há a preocupação do Índice
de Desempenho Escolar da turma em que o PNEE está inserido.
Entretanto, em meados dos anos
70, iniciou-se as discussões acerca da participação do PNEE nas atividades
sociais e educacionais da comunidade com o objetivo de reabilitar o PNEE em
ambientes regulares, com os apoios psicopedagógicos necessários, e por volta
dos anos 80/90 surgiram os serviços de educação especializada, porém, não no
mesmo ambiente das escolas regulares e assim, com serviços paralelos ao sistema
regular de ensino, os PNEEs eram atendidos, em suas necessidades, nas escolas
especiais ou em serviços especializados. Nesta forma de atendimento, Bueno
(1993), afirma que no Brasil, essas classes especiais se constituíram em espaço
de invalidação, pois passaram também, a receber os alunos com problemas de
aprendizagem, considerados deficientes intelectuais leves.
Já, em 1981, o conceito em relação
ao PNEE foi alterado: Não é o PNEE que tem que adaptar-se à sociedade, mas a
sociedade tem que adaptar-se às pessoas “diferentes”, pois a deficiência não é
então, uma característica do indivíduo, mas está relacionada à forma como a
sociedade o vê, e assim, o enfoque médico, da patologia, passa a ser social.
O QUE OS TEÓRICOS DIZEM SOBRE A INCLUSÃO
Romeu Kazumi
Sassaki (1997) afirma em sua obra:
ü Inclusão é um
processo pelo qual a sociedade se adapta para inserir em seu contexto os PNEEs,
porém, os PNEEs necessitam ser preparados para assumirem suas funções de
cidadãos;
ü Na educação, as
escolas comuns devem adaptar-se à diversidade dos seus alunos, permitindo o
exercício da cidadania tanto para alunos “incluídos” quanto para toda a
comunidade escolar;
ü A abordagem
ideal das instituições inclusivas, através de seus profissionais e
colaboradores é considerar seus usuários como cidadãos com direito a maior
autonomia física e social, independência para agir, tomar decisões e mais
espaço.
Annete Rabelo apud Vygostsky (1999)
afirma:
ü Uma criança
portadora de um defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que
as demais, apenas se desenvolve de forma diferente.
Paulo Freire (1982) diz:
ü Temos dois
caminhos a seguir: ou saímos da rotina e buscamos inovar a prática pedagógica
diante da inclusão, ou ficamos discutindo que a mesma não é viável, jogando a
culpa no sistema de ensino, nos ombros do governo, na família e em todos os
setores da sociedade.
ALGUNS
PRECONCEITOS EM RELAÇÃO AOS PNEEs
A pessoa portadora de alguma deficiência convive socialmente com
sua família, porém este convívio não se estende na escola, no clube, na igreja
e nas outras áreas da sociedade porque é colocada como um ser diferente, e
nesta perspectiva, Maria Teresa Mantoan (1997, p.45) aponta como causa os
seguintes conceitos básicos:
ü Pessoas portadores de deficiência não
correspondem às expectativa, são anormais, diferentes;
ü Pessoas portadores de deficiência não são
muito capazes, são pouco produtiva;
ü
Pessoas
portadores de deficiência são estigmatizadas, o estigma cria preconceitos que,
por si, gera medo, e o medo provoca ignorância e afastamento;
ü
Pessoas
portadores de deficiência não se encaixam nos valores da sociedade.
ALGUMAS SIGLAS UTILIZADAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
TABELA
DE PRINCIPAIS SIGLAS UTILIZADAS:
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LDB: Lei de Diretrizes e Bases
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DV: Deficiente/deficiência visual
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CNE: Conselho Nacional de Educação
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DI: Deficiente/deficiência Intelectual
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PNE: Plano Nacional de Educação
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DM: Deficiente/deficiência Mental (não mais utilizada)
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MEC: Ministério da Educação
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DF: Deficiente/deficiência física
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SEESP MEC: Secretaria de Educação
Especial
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NEE: Necessidades Educativas Especiais
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INES: Instituto Nacional de Educação de Surdos
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ANEE: Aluno com Necessidades Educativas Especiais
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CEE: Conselho Estadual de Educação
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EE – Educação Especial
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FNDE:Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação
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PNEE: Portador de Necessidades Educativas Especiais
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BUENO,
J.G.S Educação Especial Brasileira:
Integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: Educ, 1993.
FREIRE,
Paulo. Educação: o sonho possível.
In: BRANDÃO, Carlos (org.). O Educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Graal,
1982.
MANTOAN,
Maria Teresa Eglér. A Integração de
pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São
Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.
RABELO,
Annete Scotti. Adaptação Curricular na
Inclusão. Revista Integração. Secretaria de Educação Especial do MEC-ano 9,
n1 21, 1999.
SASSAKI,
Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma
sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1991.