HISTORICIDADE DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
(Profª
Maristela dos Santos Ferreira Stefanello)
Conceito da inclusão: Ato de incluir (-se), ou o
resultado desse ato. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Escoar
da Língua Portuguesa. Ed. Positivo: 2005).
A Educação inclusiva é um assunto novo, o qual vem
sendo debatido com muita freqüência em todos os setores sociais, seja no
ambiente de trabalho, nas diferentes religiões, nas unidades escolares ou até
mesmo num simples bate-papo nas rodas de amigos. Contudo, o diferente sempre
existiu e sempre esteve presente na sociedade ao longo de sua existência.
Houve
épocas em que o PNEEs (Portador de Necessidades Educativas Especiais) era
abandonado em locais desconhecidos, sujeito a própria sorte, ou eram
considerados como seres sub-humanos. Houve épocas também, que o bebê PNEEs
(Portador de Necessidades Educativas Especiais) era eliminado, assim como houve épocas em que
o PNEEs (Portador de Necessidades Educativas Especiais) era exibido em festividades.
Podemos
exemplificar a relação do PNEEs (Portador de Necessidades Educativas Especiais)
com a sociedade, comparando e analisando o relato acima com o filme “O corcunda
de Notre Dame” onde o ser humano diferente é considerado incapaz de conviver
com o padrão de beleza da época e discriminado por toda uma sociedade,
inclusive de pessoas consideradas religiosas.
Durante
cada época vivida numa sociedade, a relação com o diferente se comportou de uma
forma diferenciada, pois os paradigmas evoluíram ao longo dos anos e séculos na
tentativa de se aperfeiçoarem para uma sociedade mais justa e igualitária.
VAYER
(1982) relata em sua obra que na era do Cristianismo os PNEEs (Portador de
Necessidades Educativas Especiais) passaram a ser reconhecidos como pessoas e
assim acreditou-se que eles tinham alma e poderiam ser considerados filhos de
Deus e exemplifica: “...e essa anormalidade só podia ser obra de Deus, para que
alguns humanos expiassem as faltas dos que os haviam precedido.” (VAYER,
Pierre, 1982. p 37).
Ainda, segundo VAYER (1982), as
idéias se divergiram, pois as pessoas diferentes eram consideradas por alguns,
como crianças do bom Deus e também consideradas por outros como bobos da corte.
Contudo, nesta época as pessoas agiram de forma diferenciada com as pessoas
portadoras de algum tipo de Necessidade Especial, pois haviam dois paradigmas
para se escolher: a defesa do direito de ser diferente e a repugnância pelo ser
diferente.
Já,
de acordo com Kirk & Gallagher (1987), há quatro estágios eu evidenciam as
etapas pelas quais percorreu a história a educação especial: “ 1ª - era
pré-cristã: negligencia e maltrata os deficientes; 2ª - era cristã: protege e
se compadece com os PNEEs
(Portadores de Necessidades Educativas Especiais); 3ª - século XVIII e XIX: oferece uma educação
segregada ‘especial’; 4ª - última parte do século XIX: aceita as pessoas
deficientes e tende a integrá-las, mas somente n discurso. (Kirk &
Gallagher, 1987, p. 6).”
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VAYER, Pierre. Integração da criança deficiente na classe. Instituto Piaget. Editora Horizontes Pedagógicos, 1982.
KIRK, S; GALHAGHER, J.J. Educação da criança excepcional. 1ª Ed.
Tradução de Marília Zanella Sanvicence. Martins Fontes.São Paulo: 1987.
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