domingo, 22 de abril de 2012


Deixamos de reconhecer que nossos dois mundos são um só.

             Vivo num mundo que é radioso, e todavia é escuro; é ensolarado e ao mesmo tempo é frio. Em meu mundo eu rio, mas vocês não riem comigo.
             Vocês provavelmente já me viram na rua, em uma loja, ou num parque infantil. Gosto do barulho e da excitação da cidade grande, do cheiro e brincadeiras no parque onde brinco. Sou assim, tão diferente?
             Minha época do ano predileta é o natal. Gosto do suspense dos embrulhos debaixo da árvore, das conversas sobre papai Noel, do silêncio calmo dentro da igreja – tudo isso tem significados muito especiais para mim. É isso ser diferente?
             Vocês já criaram alguma coisa com as próprias mãos – estatuetas de argila, cartões de aniversário, boneca? Eu já. Minhas mãos são a minha vida. Elas são a minha própria respiração, e o encorajamento que recebo é a força diária que consigo. É isso ser diferente?
             Qual é o tamanho do mundo? Você já viu o mundo? Eu já vi.
             Meu mundo é pequeno, não é grande. Ele é florescente, não enfraquecido, e é um mundo de paz, não um mundo de guerra. Por que? Vejo o mundo de modo diferente de vocês?

 
             Vocês dizem que sou diferente, vocês me chamam de retardada, mas o retardamento pode estar em sua recusa egoísta de reconhecer que eu, também eu, sou parte do nosso mundo.” (Faye Keogh, último ano da escola secundária, Beulah, North Dakota, E.E.U.U, Publicado no Parent's Corner da HMR  News Letter, Delaware. Tradução de Maria Amélia Vampré Xavier – APAE de São Paulo.)

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