domingo, 17 de março de 2019
HISTÓRIA - Formação de Mato Grosso do Sul: as correntes migratórias.
Formação de Mato Grosso do Sul: as correntes migratórias.
Os primeiros seres humanos a percorrerem o atual território sul matogrossense devem ter chegado aqui há cerca de 15.000 anos. Vinham de outras regiões, seguindo o curso dos rios. Existem vestígios dessa presença em vários municípios de nosso estado, que conta com cerca de 120 sítios arqueológicos. Os mais antigos datam de 11.000 anos, na região do rio Sucuriú, no município de Paranaíba.
Como os povos pré históricos não tinham escrita, um dos meios de conhecermos seu modo de vida são os desenhos e pinturas que deixaram nas paredes das cavernas. Em nosso estado, foram encontrados desenhos feitos nas rochas há mais de 2.000 anos em sítios arqueológicos localizados nos municípios de Antônio João e Corumbá, entre outros.
Outra maneira de sabermos algo sobre esses povos são as fontes materiais, como por exemplo, ossadas de seres humanos ou de animais e restos de utensílio domésticos. No município de Ladário foi encontrado um esqueleto humano muito antigo, datando de cerca de 8.400 anos.
Sabe-se que esses grupos humanos sobreviviam da caça, da pesca e da coleta do que poderia lhes servir como alimento. Lascavam e poliam a pedra para produzir utensílios e instrumentos de trabalho, como armas, facas, machados, moedores, ponta de flechas e lanças.
*Coleta: Atividade característica dos povos que não conhecem a agricultura e vivem de colher frutos e raízes oferecidos pela natureza.
Os indígenas do território sul-mato-grossense: Situação no passado
Há pelo menos 5 mil anos que a aprendizagem do cultivo de plantas, a domesticação de animais e as condições de solo e clima favoreceram o desenvolvimento de diversos grupos étnicos que ocuparam o território do atual estado de Mato Grosso do Sul.
Grupo étnico: Grupo de pessoas que compartilha a mesma cultura, especialmente a língua, os comportamentos sociais e as crenças.
Entre os nativos do território sul-mato-grossense, os mais numerosos, no século XVI, eram os Guarani. Excelentes agricultores, plantavam principalmente o milho e a mandioca, base de sua alimentação.
Eles conheciam também o cultivo e a tecelagem do algodão, para a confecção de redes e vestimentas. Produziam potes de cerâmica para o armazenamento de alimentos e os utilizavam, inclusive, para o sepultamento de seus mortos. Atualmente, os Guarani são representados pelos Kaiowá e pelos Ñandeva.
A partir do século XVII, os colonizadores portugueses e espanhóis intensificaram seus ataques às aldeias dos Guarani. Eles exploraram a mão de obra indígena, tanto no trabalho agrícola como na mineração.
Com o enfraquecimento dos Guarani, outros povos, como os Aruak e os Guaicuru, penetraram na região sul do Pantanal. Os Aruak são hoje representados pelos Terena, enquanto a nação Guaicuru está reduzida atualmente a menos de mil índios Guaná ou Kadiwéu. Também estão presentes em Mato Grosso do Sul os Ofayé-Xavante e os Guató, entre outros (consulte neste capítulo, às páginas 19 e 20, o quadro “Localização das terras indígenas”).
Caçadores e coletores extremamente guerreiros, os Guaicuru dominavam as demais tribos, favorecidos pela domesticação do cavalo, introduzido na região pelos colonos espanhóis. Excelentes montadores, até hoje são conhecidos como “índios cavaleiros”. Possuem também uma arte refinada, que se revela nos belos motivos coloridos usados na decoração de seus objetos de cerâmica e nas tatuagens realizadas em seus corpos.
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