Casa mal assombrada
Eram duas e meia da manhã quando Levi, Antônio e Arnaldo andavam pelas
calçadas sujas de sua cidade. Estavam vagando a mais três horas sem nada pra
fazer, Levi odiava fazer isso, preferia estar em casa assistindo TV e comendo,
mas sempre acompanhava os amigos porque não gostava de ficar sozinho. Chegaram
à antiga estação de trem da cidade que já estava desativada há muitos anos.
“Vamos embora daqui. Eu odeio esse lugar” – pediu Levi tentando não
parecer aterrorizado.
“Deixe de ser medroso” – respondeu Arnaldo. “Vamos até a casa
abandona da colina e dar uma olhada, estou precisando de uma aventura.” –
completou ele com a voz animada.
Antônio riu e começou a andar em direção a casa, os outros dois o
seguiram. Chegaram ao portão de entrada e olharam aquela imensa construção, era
linda e tenebrosa ao mesmo tempo.
Os três jamais viram alguém morando naquele lugar, o dono da
propriedade a trancou a mais de cinquenta anos e não voltou mais, nunca vendeu
ou alugou. Os moradores da região até evitavam passar perto com medo e diziam
que o lugar era assombrado.
Anos atrás o filho do prefeito daquela cidade estava se casando com uma
moça que morava ali. No dia do casamento, a melhor amiga da noiva a levou para
a casa do prefeito dizendo que queria mostrar-lhe algo. Chegando lá elas sobem
até o quarto onde o noivo dormia e o encontram algo que deixou a noiva muito
chateada. Diz a lenda que os fantasmas dos três ficaram na casa.
Arnaldo foi o primeiro a entrar, pulou o portão e foi em direção a
casa. Olhou para trás e viu os outros dois pulando também e continuou até
chegar à porta. Levi ficou parado no meio do caminho.
“Eu não entro aí, estou sentindo mal, alguma coisa me diz que a
gente deveria ir embora.” – disse o rapaz com voz trêmula.
Os outros dois não deram importância. Voltaram-se para casa e olharam
pela janela. Eles se espantaram porque podiam ver muito bem o que tinha dentro
da casa somente com a iluminação da lua que entrava pelas janelas. A sala de
entrada era enorme e toda a mobília parecia estar lá, porém coberta com
lençóis.
“Opa, a porta da frente está aberta.” – Disse Antônio já abrindo a porta.
Os dois entraram, o lugar era lindo, descobriram alguns móveis e viram
que estava tudo intacto, parecia que alguém estava cuidando de tudo. Antônio
decidiu subir para o próximo andar e ver se achava algo interessante. Arnaldo
foi ver outro cômodo. Momentos depois Arnaldo escuta Antônio descendo as
escadas.
“Vamos embora, Levi está nos esperando lá fora.” – Gritou Arnaldo para
que seu amigo pudesse escutá-lo.
Antônio não respondeu, Arnaldo se virou para ir até a saída e deu
de cara com alguém, não pode ver quem era porque a luz vinha de trás da pessoa
então só via a silhueta. Uma coisa ele tinha certeza, estava vestida de noiva.
Seu corpo congelou e então ele riu tentando disfarçando o susto.
“Muito boa essa Antônio, quase me mata de susto. Vamos embora, já
tive muito pra uma noite, esse lugar está me dando arrepios.” – disse Arnaldo
irritado.
Antônio continuou calado. Arnaldo ficou inquieto olhando o suposto amigo
e começou a andar em sua direção, a silhueta também se movia ao seu encontro.
Algo mudou na visão de Arnaldo, ele começou a ficar preocupado e parou de
andar.
“Brincadeira tem limite Antônio.” – gritou ele.
A silhueta também parou de andar, a luz da lua iluminou seu rosto e
Arnaldo gritou. A imagem o aterrorizou e ele se arrependeu de ter entrado na
casa. Ali na sua frente estava o fantasma da noiva, seu rosto podre e olhos
vazios não expressavam sentimento.
“Antônio!” – foi à única coisa que ele conseguiu gritar, pois o
terror o mantinha congelado e sem ar.
Antônio desceu as escadas rapidamente, quando viu a cena correu
direto pra porta gritando. A porta estava trancada, ele a esmurrava, chutava e
puxava, mas ela não abria. Levi estava bem perto, mas parecia que não via ou
escutava nada. A noiva não deu muita atenção a ele e continuava a encarar
Arnaldo que por sua vez correu para ajudar o amigo com a porta.
“Você pensou que iria escapar de mim por toda eternidade querido?”
– disse o fantasma se aproximando dos dois.
A noiva agarrou Arnaldo pelo cabelo. Antônio se
espantou, correu e levou Levi embora com ele. Contou a história a todos
mais ninguém acreditou.
(Gênero textual - História de Terror. Terça-feira, 18 de agosto de
2009. Posted by Paulo Garcia. Texto adaptado para o 5º ano do Ensino
Fundamental.)
Disponível em https://comunicaoeexpresso.blogspot.com/2015/02/leia-o-texto-seguir.html
Adaptado para o 5º ano.
Responda:
1- Segundo Paulo Garcia, em que local a história do
texto ocorre?
Em volta de uma
casa.
2- Por qual palavra a expressão “silhueta” no texto, 13º parágrafo, pode ser substituída?
Sombra.
3- No texto, qual é a ideia de que há
assombração da casa?
O fantasma da noiva.
4- Segundo Paulo Garcia, do que o texto trata,
principalmente?
De
uma casa abandonada e assustadora.
5- No trecho “Vamos
embora daqui. Eu odeio esse lugar”. O que a expressão em destaque revela?
Pavor
pelo lugar.
6- No texto, na casa mal assombrada, tem-se
a ideia de que?
Que
o medo ainda se cria em lugares desativados e em casas em ruínas.
7- De acordo com o texto, porque a casa era assombrada?
Porque era desabitada e apresentava um
aspecto que causava medo.
8- Qual é a finalidade do texto?
Passar medo e causar suspense no leitor.
9- De que forma o autor escreve sua história?
De forma assustadora.
10- No trecho “Vamos embora daqui, eu odeio esse
lugar”. Essa fala é de qual personagem?
Levi.
11- Qual é o gênero desse texto?
De terror.
12- No texto, quem é Paulo Garcia?
O autor da história.
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